quarta-feira, 8 de abril de 2009

Resumo da Matéria do 1° Bimestre - 2° Ano do Ensino Médio

Formação Geoeconômica do Brasil – Do Pau-Brasil à industrialização

° Com o Tratado de Tordesilhas ficou delimitada a exploração territorial da América, e que todos os territórios a leste corresponderiam à área de domínio portuguesa, e a oeste as áreas de domínio espanhol.

° A primeira atividade econômica explorada pelos portugueses fora a extração do pau-brasil, até os idos de 1530.

° Como existiam interesses de outras potências européias sobre as possessões portuguesas, fora elaborado um sistema de colonização, as “capitanias hereditárias”, que eram lotes de terras doadas pelo rei de Portugal, para incentivar a colonização, e o desenvolvimento das colônias portuguesas.

° O modo mais eficiente de desenvolvimento destas capitanias consistiu no plantio de cana-de-açúcar, que era um produto valorizado no mercado europeu, por meio do modelo de “Plantation”, ou seja, um modelo que consistia na adoção de grandes lavouras produtoras (latifúndio), mão-de-obra escrava, monocultura (Cana-de-açúcar), rústicas técnicas de plantio, e produção voltada ao mercado externo.

° Toda a produção era destinada a Companhia das Índias Ocidentais, controlada pela Holanda, que fazia todo o beneficiamento do açúcar, porém quando Felipe II da Espanha assume o trono português em 1580, e rompe as relações econômicas com a Holanda, enfraquecendo a cultura do açúcar. Até que em 1640, a dinastia dos Bragança reassume o trono português.

° Antes da decadência da cultura do açúcar, os portugueses insistiam no ideal que existia ouro na América Portuguesa, então exploraram os territórios além dos limites de Tordesilhas, chegando até a região da Amazônia Ocidental, a procura de metais preciosos, drogas do sertão, e pedras preciosas. Essas expedições eram coordenadas pelos “bandeirantes”.

° A colonização para o interior do território, que levou a descoberta de ouro em Minas Gerais, e em Goiás, somente fora possível graças à criação de gado, e aos rios que serviam de base para atividades pesqueiras, e para abastecimento de tropas, que ao longo deles formavam vilas e cidades. Destaque para o Rio São Francisco, que fora apelido como “rio dos currais”.

° Quando fora descoberto ouro nas Minas Gerais, e no interior do Brasil, o reino de Portugal começa a fazer tarifação do ouro, porém como a quantidade de ouro era menor que das colônias espanholas, em menos de um século houvera a rarefação do precioso metal, que tornou inviável a exploração do mesmo, não trazendo muitas infra-estruturas a colônia.

° Logo após a decadência do ouro, houvera a introdução do café no Brasil, primeiramente como uma mera planta de ornamentação, no Pará, e no Rio de Janeiro, e posteriormente como mais um produto na pauta de exportação do Brasil. Seu auge fora no século XIX, em que gerou divisas ao mercado externo para o Brasil, e fez gerar infra-estruturas como as ferrovias, bolsa de valores, estradas, armazéns, e portos.

° O café utilizou do mesmo esquema de “Plantation” usado pela cana-de-açúcar, agora para servir a industrialização européia que demandava de grande mão-de-obra, trabalhando várias horas a fio. Desta forma o produto se tornou extremamente valorizado no mercado externo, e extremamente barato de se produzir.

° Com o final do século XIX, havia uma maior diversificação da pauta de exportação brasileira, porém ainda de caráter essencialmente agrícola, com o café dominando a pauta de exportação, seguido pelo algodão produzido no Maranhão, pelo cacau produzido na Bahia, e pela borracha produzida na Amazônia. Nesta época o poder imperial sofre um grave revés com o aumento do poder dos “Barões do Café” que leva a proclamação da República, com a iminente deposição de D. Pedro II.

° Com a República surgem novas necessidades, a primeira a modificação da estrutura macroeconômica (economia de Estado), que estava extremamente defasada, necessitando adaptar-se a nova economia livre e assalariada, e posteriormente com a I Grande Guerra Mundial (1914-1918), foi preciso incentivar a produção industrial de substituição (aço, produtos de porcelanato, alimentícios, moveleiros, e etc.). Uma destas novas necessidades de adaptação foi consagrada no Convênio de Taubaté (1906), que o governo subsidiou a produção de café, evitando um iminente colapso da cultura cafeeira, garantindo preços vantajosos aos produtores, mesmo em épocas em que o café estivesse em baixa no mercado externo.

° Com o “Crash da Bolsa de Nova Iorque” (1929), o café, e os demais produtos agrícolas perderam valor de mercado, e deteriorara a política dominada pelas antigas oligarquias do “Café com leite” (SP e MG), que detinham o poder econômico e político, em 1930, houvera a deflagração do golpe de estado em 1930 que levara Getúlio Vargas ao poder.

° Com Getúlio Vargas houvera um grande período de repressão social, combinado com a massificação da industrialização no eixo São Paulo – Rio de Janeiro. Desta forma utilizaram de todas as infra-estruturas construídas pelo café para produzir, armazenar e escoar produtos industrializados. O Brasil começa a desenvolver sua indústria de base (aço, petróleo, têxtil, metalúrgica, e etc.), e a forjar uma nova realidade que mais tarde transformaria o país de forma profunda.

° Com a saída de Getúlio Vargas o Brasil passa a viver breve período democrático, e neste período a vocação industrial brasileira teve um salto significativo com a entrada de capital estrangeiro (transnacional) no país, chegando as indústrias automobilísticas, farmacêuticas, e de eletroeletrônicos. Assim o Brasil viveu seu ápice econômico, resultando em grandes migrações internas, principalmente do Nordeste para o Sul e Sudeste brasileiro, em busca de emprego e trabalho.

° Com a vil ditadura militar, a democracia fora abolida, e seguido o plano econômico determinado pelos Estados Unidos aos países latino-americanos. O Brasil não escapou a esta lógica, onde escancarou seu mercado e economia para entrada de empréstimos e capital estrangeiro, levando ao desenvolvimento de indústrias do setor aeroespacial, e de informática. Porém o preço foi extremamente caro, fizemos dívidas incólumes, que se estenderam por mais de duas décadas, anulando as conquistas da década de 1980, como a volta da democracia, que nos referimos então como a “década perdida”.

° O Brasil quando sai do fosso “antidemocrático”, adentra ao “fosso econômico” na década de 1980, que impede o pleno desenvolvimento de nossa indústria como nas décadas anteriores, amplia as desigualdades sociais, e inverte os fluxos migratórios para o Centro-Oeste, e o Norte brasileiro, criando uma nova fase a das “Frentes Pioneiras”, em que o agronegócio tenta ocupar os vazios demográficos, e promove grandes batalhas pelas terras entre os grandes fazendeiros, os posseiros, e grileiros contra as populações indígenas, os povos da floresta, e os trabalhadores sem-terra.

° Quando chegamos à década de 1990, o Brasil vive uma nova fase crítica, primeiro com Collor, e depois com FHC, que promovem a rápida entrada de capital estrangeiro por meio da “neoliberalização econômica”, que consistia em adotar medidas de capital e mercado aberto, com concorrência livre, sem interferência governamental. Nesta fase muitas empresas estatais são vendidas, trabalhadores ficam desempregados, empresas nacionais são compradas, ou entram em processo de falência, passando por amplo processo de reestruturação produtiva, e terceirização.

Fronteiras do Brasil – De Tordesilhas à diplomacia do Barão de Rio Branco

° O Tratado de Tordesilhas fixado entre Portugal e Espanha em 1494, logo após a descoberta da América, é a origem da questão de fronteiras do Brasil, e principalmente da ocupação do território brasileiro, deixando alguns traços marcantes.

° O Tratado de Tordesilhas logo após algum tempo fora superado, com a exploração dos bandeirantes adentro das terras espanholas, em busca de ouro, prata, e drogas do sertão. Assim como houve invasões de holandeses, e franceses violando a partilha da América, assim homologada pelo Papa, que dividia estas terras entre Espanha e Portugal. No século XVII Portugal, após se libertar do domínio da casa real Espanhola, firma os tratados de Madri (1750), e de Santo Ildefonso (1777), que estabeleceram limites próximos dos que conhecemos atualmente.

° Justamente neste século foram descobertas grandes quantidades de ouro nas terras que anteriormente estavam sob domínio espanhol. Com isso o Brasil começava a forjar um espírito pátrio, em defesa de seu povo e de suas riquezas, como podemos constatar com a Conjuração Mineira (1789), a Conjuração Baiana (1798), e a Revolução Praieira (1817).

° Com as ameaças a corte Real Portuguesa, oriundas de Napoleão Bonaparte, em 1807, a família real portuguesa deixa as terras lusitanas, e embarca para o Brasil inaugurando uma verdadeira era “imperialista”, que findaria somente com a deposição de D. Pedro II em 1889. No período compreendido entre 1808 e 1820, D. João VI anexa as possessões do “Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves”, os territórios da Guiana Francesa, e do Uruguai, para revidar o que as casas reais francesa, e espanhola haviam feito na Europa com Portugal.
° Com a saída da família real portuguesa são suscitados novos conflitos de fronteira, pois mesmo com a reintegração do território da Guiana Francesa (1817), o Uruguai acabara de ser re-anexado (1821), gerando novos conflitos de fronteira, em prol da anexação ao território da Argentina que já era independente, ou ainda como em prol de sua emancipação, como de fato ocorrera em 1828. Assim o imperador D. Pedro I, sofreu fortíssima rejeição dos súditos ao sul, e com o revés sofreu demasiadas críticas, que fora uma das causas para sua eventual saída em 1831.

° Entre 1831 e 1841, quando o príncipe ainda não poderia assumir o trono, o país vivenciara conflitos que abalavam sua unidade interna, entre eles a Cabanagem (1835-1840), e a Revolução Farroupilha (1835-1845). Com a subida do infante D. Pedro II por meio do “golpe da maioridade”, pois o mesmo não havia completado a idade necessária para ser imperador, mas era necessário manter a unidade territorial brasileira.

° O conflito mais grave que ameaça as fronteiras brasileiras é deflagrado no reinado de D. Pedro II, ou seja, a “Guerra do Paraguai” (1864-1870), que teve como motivação a saída preterida por Solano Lopez para o mar, e o interesse inglês de “abortar” o nascimento de uma nova potência econômica americana. Desta forma o Paraguai atacou os territórios do Mato Grosso, do Paraná, e do Rio Grande do Sul (Brasil), de Corrientes e Entre Rios, Formosa, Chaco, e Misiones (Argentina), e a totalidade do território do Uruguai.

° O Paraguai com o maior efetivo militar sofreu graves reveses, graças aos vultosos recursos mobilizados pela Inglaterra, para Brasil, Argentina, e Uruguai, estes países massacraram as forças militares paraguaias, assim como a população, promovendo um verdadeiro genocídio. Ao final do Conflito empossaram o Visconde do Rio Branco à presidência do Paraguai, e redefiniram suas fronteiras a favor dos países vencedores.

° Com a derrocada do poder imperial, e a subida da República, houve poucos conflitos envolvendo as fronteiras, até os idos de 1920. Porém o mais importante deste período fora a anexação do Acre (1904), que não motivou um grave conflito, porém afetou seriamente as relações diplomáticas, naquele momento, entre Brasil e Bolívia, uma vez que esta região trazia enormes rendimentos aos bolivianos, graças a extração de látex da seringueira.

° Com a habilidade de Barão do Rio Branco, desde o final do período imperial, era uma hábil cônsul, e que em 1893, chamado pelo presidente Floriano Peixoto, assume a liderança da chancelaria brasileira, e enfrenta importantes questões como as causa do Amapá (1898, França), de Palmas (1895, Argentina), e Acre (1904, Bolívia).

° A última questão de fronteira resolvida pelo Brasil foi a respeito da fronteira entre Tabatinga e Letícia, ou seja, entre Brasil e Colômbia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário